segunda-feira, 28 de março de 2011

Procurei tão longe
 

Busquei-te quase toda a minha vida

Pelas montanhas, por mares, por ruas
Não sabia por onde procurar... sem saída
Pelas geadas em madrugadas nuas
 
Procurei-te obstinadamente pelas luas,
Nos caminhos do pensamento e nas lonjuras
 
Procurei-te nos bordéis da incongruência
E nos corpos obtusos da indecência
Em noites vagabundas de luar
E nos malmequeres que desfolhei e lancei no ar
 
Procurei-te em angústias e desespero
E nos cinzentos com que o céu se cobre,
Nos peitos de poeta, que exagero,
Porque de ti, tanto poeta é tão pobre
 
Em tudo e em vão te procurei
E foi quando distraído, que coisas, a vida faz...
Quando enfim a procura abandonei
Foi que tão perto dentro de mim te encontrei,
 
Paz
 
(Antônio Henrique)

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